Por Fernanda Sarate
“Vocês têm certeza de que não fui eu quem escreveu esse livro? Parece algo que eu teria feito…” Tim Burton
Sinopse
Esta obra, que combina ficção e fotografia, vai transportar o leitor para uma ilha sinistra no País de Gales, assolada pela Segunda Guerra Mundial. E é lá que o jovem Jacob Portman vai descobrir que existem muito mais coisas neste mundo do que ele pode imaginar. Abraham Portman era sua pessoa favorita em todo o mundo. O avô – que já havia lutado em guerras, cruzado oceanos, morado num circo e sobreviveria até mesmo na selva – vivia contando histórias fantásticas de seus tempos de orfanato, naquela ilha maravilhosa onde sempre era verão e ninguém jamais ficava doente ou morria. Jacob adorava ouvir as histórias sobre as crianças – chamadas de peculiares por seu avô – que podiam levitar, ou ficar invisíveis ou ainda eram mais fortes do que um exército. Mas o tempo passou, e Jacob parou de acreditar em contos de fada, até aquele dia. Ao encontrar o avô morto, Jacob mergulha numa busca por explicações de seu passado naquela tal ilha, que hoje era apenas povoada por escombros de um orfanato, o Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares.
(Fonte: Editora Leya)
Nossa avaliação
Sim, o livro definitivamente poderia ter sido escrito por Tim Burton. Há momentos bastante sombrios e personagens estranhas o suficiente para isso. O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares fala sobre os horrores de uma guerra e da comovente relação entre Jacob e seu avô, sempre estando em uma fronteira muito tênue entre a realidade e o fantástico. O tom da narrativa é bastante convincente, em primeira pessoa, com momentos muito engraçados e outros tocantes, isso torna a leitura bastante fluida.
As fotografias são destaques do livro. Elas são imagens reais de colecionadores e do próprio autor do livro. Há imagens realmente sombrias e bizarras que complementam ricamente a narrativa textual.

Fotografias reais e bizarras ilustram o livro
Há de se fazer uma ressalva, entretanto: o sombrio do livro não é o mesmo encontrado, por exemplo, em Stephen King, esse é um livro infantojuvenil, então no lugar de uma obscuridade mais profunda, há aventura e fantasia. Isso não é um ponto negativo, só é preciso nivelar a expectativa.
A edição da Leya está linda, capa e contracapa em sépia, aberturas de capítulos com rebuscados arabescos, as páginas com as fotografias antigas, toda a linguagem visual do livro está alinhada à narrativa e instiga ainda mais a leitura.
Antes de iniciar a leitura, é importante também saber que essa não é uma aventura de volume único, haverá continuação. Assim, muito dos mistérios se resolvem ao longo dessa primeira narrativa, mas há muitas outras coisas que ficaram para os próximos dois volumes. O segundo livro da série, Cidade dos Etéreos, já foi lançado no Brasil pela editora Intrínseca.
O filme
A narrativa está sendo adaptada para o cinema por Tim Burton – é claro!
Eva Green (de Penny Dreadful), interpretará a srta. Peregrine. Também fazem parte do elenco Judi Dench e Samuel L. Jackson. A estreia no Brasil está prevista para dezembro de 2016.
Livro: O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares
Autor: Ransom Riggs
Tradutor: Edmundo Barreiro e Marcia Blasques
Editora: Leya
Número de páginas: 336
Se você também faz parte do time que prefere ler o livro antes de assistir ao filme, corra e aproveite as edições originais, sem capa com cartaz do filme!
Oi!
Vi esse livro na Bienal e não comprei nem sei por quê, já que tanto a capa quanto o título me chamaram. Agora é só chorar a leitura perdida e me redimir mês que vem! Ótima resenha.
Gislaine | Paraíso da Leitura
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Oi, Gislaine! Ele é super bom de ler, se você curte o gênero, vai gostar bastante! O bom é que a Intrínseca, que lançou a sequência, também caprichou no projeto gráfico do livro, está lindo! E tem a adaptação do Tim Burton, estamos em grande expectativa! Que bom que gostou da resenha! 🙂
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